O senador Mecias de Jesus usou a tribuna do Senado Federal nesta quinta-feira (17), para falar sobre a preservação da Amazônia e as implicações que o tema traz, abordando a questão dos interesses internacionais e o que isso influencia no desenvolvimento da região.
Citando o fato de que muitas vezes a grande imprensa nacional creditar maravilhas à atuação de forças internacionais com relação à “preservação” de floresta amazônica e ao mesmo tempo bombardear a opinião pública com notícias de destruição por incêndios incontroláveis, culpando o governo brasileiro e grandes empresários que inestem na região, o senador disse que isso acaba confundindo a cabeça e formando opiniões erradas no povo brasileiro e até mesmo estrangeiro. “O que se deve questionar são as razões que levam tantos brasileiros, alguns equivocados e, outros, mal intencionados, a reforçarem corrente de que se deseja internacionalizar a Amazônia. Fôssemos nos movimentar no irresponsável terreno da especulação, diríamos que alguns órgãos pretendem entregar o país a forças estrangeiras, com a riqueza da Amazônia, os seus minérios, diamantes, reservas auríferas e infindáveis recursos naturais”, pontuou.
Segundo o senador em seu discurso, os estados da Amazônia se veem, hoje, prejudicados por política equivocada, em que se destina tão somente 20% de sua área à produção de alimentos. Ele citou a experiência dos arrozais no lavrado de Roraima, que foi praticamente arrasada depois da demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, em 2009. “Roraima chegou a exportar arroz para toda a Região Norte, mas a homologação da reserva pelo Supremo Tribunal Federal (STF) expulsou todos os rizicultores da área. O tempo passou, os indígenas hoje vivem em estado de miséria, foram abandonados pelas centenas de ONG’s, que defendiam a causa”, disse.
Mecias destacou ainda que mais de 45% do Estado é área indígena e sobrou de terras agriculturáveis pouco mais de 8% de seu território, que só recentemente foram repassadas ao Estado pela Lei Jhonatan de Jesus. “Mesmo assim, ainda há vários obstáculos no caminho de nosso desenvolvimento, muitos deles mantidos de propósito por forças poderosas que agem na Amazônia, contra os interesses reais do país. Depois da demarcação, o que se viu foi a destruição de milhares de empregos, com os indígenas que ali trabalhavam obrigados a se deslocarem para Boa Vista, onde ficaram na mendicância e se prostituindo por necessidade”, afirmou.
Outro ponto citado por Mecias de Jesus foi o fato de Roraima, até hoje, estar excluído do Sistema Integrado Nacional (SIN), isolado, sem energia constante e segura, e ainda pagando uma das maiores taxas do país. “Algumas ONG’s, parte de lideranças indígenas por elas manipuladas, e o próprio Ministério Público Federal dificultam ao máximo a conclusão do Linhão de Tucuruí, que vai resolver este problema, sendo que a solução energética será boa para todos especialmente para as comunidades indígenas. Quero deixar aqui o meu brado de inconformidade, em função de vicissitudes enfrentadas especialmente pelo meu estado, Roraima, renovando apelo ao governo federal pela nossa plena integração ao território nacional”, concluiu.