Lideranças dos índios Waimiri-Atroari se reuniram na última quarta-feira (11), com representantes do Governo Federal, do Ministério Público de Roraima (MPRR), do Ministério Público Federal (MPF) e do consórcio que deve executar a obra do Linhão de Tucuruí, no trecho Manaus-Boa Vista e anunciaram a decisão de autorizar a passagem do Linhão pelos 123 quilômetros que cortam a terra indígena.
A decisão foi comemorada pelo senador Mecias de Jesus e pelo deputado federal Jhonatan de Jesus, que em conjunto com a bancada roraimense no Congresso, não têm medido esforços para que esse projeto vire realidade para Roraima. “Desde que assumi meu mandato no Senado tenho cobrado do Governo Federal e buscado juntos aos órgãos competentes e aos Waimiri-Atroari, os meios legais para que essa obra seja executada e possa contribuir para a independência energética e consequente desenvolvimento de nosso Estado” disse o senador Mecias.
Dentre os pontos da Lei (14.182/2021) que trata sobre a desestatização da Eletrobras, está a emenda que garante a construção do Linhão de Tucuruí, ligando o sistema de energia de Roraima ao restante do país, de autoria do senador Mecias de Jesus. “Com a força da Lei que aprovamos, e graças a minha emenda que garante o início das obras prontamente, alcançamos esse acordo entre os indígenas e a União, sem atropelos. Damos agora um passo importante para garantir energia elétrica de qualidade para Roraima, a obra acontecerá, com as compensações propostas pelos indígenas”, disse o senador de Roraima.
A obra vai garantir economia na conta de energia da população de Roraima, que paga uma das contas de energia mais caras do país. “É uma grande vitória para o povo de Roraima. Só temos a agradecer a todos os órgãos envolvidos nas discussões e, especialmente, às lideranças indígenas Waimiri-Atroari, que entenderam a importância dessa obra para o povo de Roraima”, disse o deputado Jhonatan de Jesus.
De acordo com informações do Ministério Público de Roraima (MPRR), os indígenas fizeram um levantamento e a obra deve causar 37 grandes impactos socioambientais na região. Destes, 27 são impactos irreversíveis, não há mitigação, como reverter. Em razão disso, foi feita uma proposta de compensação pela passagem da linha de transmissão de energia. Os índios também querem acompanhar o serviço, inclusive ajudar na construção e trabalho de topografia.
O documento foi entregue aos representantes do Governo Federal que estavam presentes à reunião.