Nesta quarta-feira (7), em um pronunciamento contundente feito em Brasília, o senador Mecias de Jesus, líder do Republicanos no Senado, denunciou a farsa eleitoral do regime de Nicolás Maduro na Venezuela e o caos humanitário resultante, que afeta diretamente o Brasil.
“Maduro transformou as eleições na Venezuela em uma farsa, com resultados fraudulentos que não refletem a vontade do povo”, afirmou o senador. Ele destacou que a crise política e a repressão brutal sob o governo de Maduro estão forçando um número crescente de venezuelanos a fugir para o Brasil, especialmente para Roraima.
O senador observou que o aumento exponencial no fluxo de imigrantes venezuelanos está sobrecarregando os serviços e recursos do estado. “O caos gerado por essa farsa eleitoral está sobrecarregando abrigos, hospitais e postos de saúde, afetando tanto os imigrantes quanto a população local”, ressaltou.
Mecias de Jesus criticou a postura do governo brasileiro, que não reconheceu a gravidade da situação. “Enquanto países como Estados Unidos, Uruguai, Argentina e nações da União Europeia se posicionam contra a fraude eleitoral, o governo brasileiro, seguindo a orientação do PT, permanece em silêncio”, declarou o senador.
Ele fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que tome uma posição mais ativa e visite Roraima para ver de perto a realidade enfrentada pelos imigrantes e a pressão sobre os recursos do estado. “Convido o presidente Lula a testemunhar pessoalmente o caos causado pelas eleições fraudulentas e a ouvir a realidade de quem está na linha de frente dessa crise”, concluiu.
Caos
Em 2023, o número de venezuelanos que cruzaram a fronteira para o Brasil chegou a 192.021, um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Roraima, principal porta de entrada para migrantes no país, agora abriga oito abrigos e três alojamentos para atender a essa crescente demanda. O fluxo diário pela fronteira de Pacaraima é de até 400 pessoas, mostrando a intensidade da crise.
Desde 2017, mais de 1 milhão de venezuelanos entraram no Brasil, com 53% permanecendo no país. A Operação Acolhida, implementada em 2018, tem sido crucial para coordenar o acolhimento e a interiorização dos migrantes. No entanto, a crise humanitária continua a crescer, com 7.484 migrantes atualmente abrigados e cerca de 1.725 vivendo em situação de rua em Boa Vista, segundo dados mais recentes da Agência da ONU para as Migrações (OIM).
Em 2024, a situação na Venezuela se agravou ainda mais após a terceira reeleição de Nicolás Maduro, marcada por controvérsias e acusações de fraude eleitoral. A repressão continua intensa, com mais de 280 prisioneiros políticos e cerca de 19 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade. Estima-se que 7,7 milhões de venezuelanos já fugiram do país, gerando uma das maiores crises migratórias do mundo.