Artigo: Energia, o sofrimento dos roraimenses

A edição do jornal Folha de Boa Vista, desta quarta-feira (16), trouxe um artigo do senador Mecias de Jesus.

Veja abaixo o artigo na íntegra:

Energia, o sofrimento dos roraimenses

Mecias de Jesus*

No dia 30 de agosto do último ano, consórcio que reúne as empresas Oliveira Energia-Atem arrematou a Boa Vista Energia em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo. Pagou R$ 50 mil por aquela distribuidora de energia roraimense, com lance de deságio igual a zero, o que implica na não redução tarifária para os consumidores.

Ao adquirir a distribuidora por valor meramente simbólico, o Consórcio Oliveira Energia-Atem comprometeu-se a pagar cerca de R$ 45 mil pelas ações da Boa Vista Energia e, além disso, realizar aporte no valor de R$ 176 milhões. Mais de um ano depois da efetivação do negócio, os resultados práticos anunciados ainda não apareceram.

A distribuidora Boa Vista Energia registrava, no momento de sua privatização, dívida acumulada de R$ 1,2 bilhão, a qual foi integralmente assumida pela Eletrobras por decisão do Conselho de Administração. O consórcio que a adquiriu não terá que pagar tal dívida, ficando, ainda, com os ativos da empresa que valem milhões de reais. Isso significa um verdadeiro assalto aos cofres públicos da União, orquestrado por uma mente maligna que age contra o povo brasileiro e contra o povo de Roraima

Não se entende a pressão exercida por forças poderosas, que são a base de sustentação do Consórcio, o qual não quer realizar seu trabalho por desejar acordo de repactuação de preços com o governo estadual. Tudo isso, depois de ter comprado a Boa Vista Energia (que agora se chama Roraima Energia), por uma bagatela.

O estado de Roraima, que sofre com o isolamento energético (por não se encontrar integrado ao SIN – Sistema Interligado Nacional), vê, agora, no governo Bolsonaro, a possibilidade de ser resgatado do limbo em que se encontra mergulhado.

Nós pagamos o kilowatt/hora mais caro do país, pois a energia elétrica aqui produzida, na quase totalidade, vem de usinas termelétricas. A experiência com a hidrelétrica de Guri falhou, devido aos desacertos políticos internos da Venezuela e consequente desmonte organizacional a que vimos assistindo no país vizinho.

Nós roraimenses sofremos com oscilações da corrente elétrica, queda de energia e apagões, enquanto recebemos contas mensais de consumo que transformam boa parte de nossa população em inadimplente. Muitas foram as promessas de solução.

Agora, estamos perto de ver concretizado um antigo sonho: testemunhar nosso estado fazendo parte do Sistema Interligado Nacional. Já foram resolvidas as pendências que causavam grande entrave à consecução da obra.

Tenho mantido contato permanente com autoridades do governo federal, e ouvido notícias promissoras com a possibilidade de início de construção do Linhão de Tucuruí já em novembro próximo. As licenças ambientais já foram assentidas.

O presidente Bolsonaro está à frente das negociações, buscando sempre certificar-se de que os obstáculos vão sendo removidos. A hora é própria para o saneamento de litígios ainda existentes. A ordem é colocar Roraima no SIN e colocá-lo em pé de igualdade com os demais estados de nossa Federação.

Novo horizonte se descortina: a chegada de energia elétrica, com o Linhão de Tucuruí, mais do que promessa será a certeza de nossa prosperidade.

*Senador da República (Republicanos-RR)